Feliz com a eleição do Lula e da democracia. Preocupada com os destinos da política nacional.
Se o ódio virulento dos bolsonaristas já era absurdo, com esse fascista no poder, imagino como será a partir de janeiro, quando passarem para a oposição, escorraçados do Planalto, amargurados com uma derrota que eles jamais esperavam.
O pior legado do presidente derrotado será justamente o bolsonarismo e sua cultura da violência, preconceito, discriminação, o achincalhamento das minorias, o ódio institucionalizado.
Na verdade, Bolsonaro não criou tudo isto. Esse comportamento antissocial estava encubado em milhões de pessoas, Brasil afora, no campo e nas cidades. Eles sempre foram o pior tipo de gente na sociedade.
Sabe aquela turma do fundão na sala de aula do ensino médio, que praticava bullying, assediava as meninas e dava porrada nos mais fracos?
Sabe aquele povo que gosta de maltratar animais, população de rua, indígenas e mulheres?
Sabe esses pedófilos, essas pessoas que cometem abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes?
Sabe esse povo que gosta de andar armado pra se sentir mais forte que os outros e arruma confusão só pra ter o prazer de atirar no semelhante?
Sabe essa gente covarde, violenta, homofóbica, misógina, racista, escravista, destruidora da natureza, que insulta, ofende e humilha professores, médicos, enfermeiros e outros servidores públicos?
Sabe esses milicianos, esses policiais corruptos e assassinos, que humilham e matam gente pobre, principalmente jovens e negros?
Pois é… o pior do Bolsonaro foi dar vez e voz pra essa gente…
Vai demorar muito tempo pra essas infelizes pessoas aprenderem que não voltamos para a idade média, em que eles gostariam de viver. O que houve foi que passou uma nuvem escura e carregada, por alguns anos, sobre nós.
Ontem, 30 de outubro, essas nuvens começaram a se dissipar e o sol voltou a brilhar, porque por mais que aparentemente o mal prevaleça, agarrado em mentiras, o fato é que o bem sempre vence, abraçado com a verdade.
Porém, os maiores desafios do Lula começam agora. Fazer campanha é uma coisa. Governar é outra.
E o segundo pior legado do Bolsonaro foi ter deixado um Centrão ainda mais forte. Isso vai dar muito trabalho pro próximo governo, para aprovar as urgentes mudanças no Congresso Nacional. Espero, sinceramente, que Lula não faça pacto com o inferno, pra garantir a governabilidade, porque não adianta ele vencer se não avançar naquilo que todos esperamos: mais empregos, com melhores salários; mais oportunidades de investimentos, trabalho renda; avançar num novo pacto federativo, que fortaleça os municípios, na distribuição de toda a arrecadação de impostos; mais saúde, com o fortalecimento do SUS, em todos os níveis; mais investimentos na Educação, na Reforma Agrária, na agricultura familiar e na infraestrutura do país.
Há que fazer a reforma política, a reforma tributária e avançar na pesquisa, no desenvolvimento, na ciência e na inovação tecnológica.
O Brasil precisa resgatar todas as históricas dívidas sociais e combater as injustiças, inclusive garantindo controle social do Judiciário. Urge promover a cultura da paz, do bem-estar geral e da preservação dos recursos naturais, como a água e as florestas, garantindo desenvolvimento com sustentabilidade, na Amazônia.
Urge fazer com que esse país, belo e rico, gere oportunidades para todos os seus filhos e filhas, para que pelo menos nossos netos vivam numa sociedade em que a grande maioria tenha felicidade e orgulho de ser brasileiro, por razões que vão muito além do futebol e das belezas naturais.
Boa sorte, Lula. Juízo, hein, menino?
49 milhões de pessoas em situação de miséria dependem dos seus acertos.
Mariana Xingu, "menos" azeda que de costume, mas preocupada com o futuro do Brasil.